A maioria das pessoas que tem alguma espécie deste gênero não sabe ao certo qual é o nome cientifico e na grande maioria nem mesmo a espécie exata, pois muitas destas espécies são muito parecidas entre si, sendo que algumas só se diferenciam por pequenas listras, manchas, coloração de asas, tórax, abdómen ou pela entrada.
Tudo que vou mostrar aqui e todas as informações vem de muita pesquisa da minha parte, e com a ajuda do mestre João Pedro Cappas, que corrigio pequenas falhas e me ajudou a elaborar as descrições mais exatas.
Alem de que quase todas as Scaptotrigonas se hibridam entre si, assim dificultando ainda mais a identificação da espécie, pois com isso a espécie hibrida fica com a caracteristica das 2 espécies ou até mesmo formando uma 3 espécie, com entrada diferente, cor totalmente nova e etc, virando assim uma "NOVA" espécie!
Abaixo vou falar o nome popular mais famoso e o cientifico das espécies mais comuns e de difícil reconhecimento. Lembrando que estás espécies tem uma pequena variação dependendo do estado em que são encontradas.
ENTRADA:
TUBIBA (S. tubiba)
Uma abelha conhecida pela sua grande produção de mel e pelo sabor autentico (mel da Tubiba do amigo Wilson Gussoni ganhou o prêmio de melhor mel do Brasil de 2010). A abelha tem asas amaronzadas, o abdómen é opaco sem nada de listras e pontos, sua entrada caracteristica pode variar de apenas uma marcação de cera ao redor da entrada ou apenas um pequeno tubo de 1 a 3 cm (depende da região onde ela é nativa). Enxames muito populosos, com boa produção de mel (armazenam pouco pólen).
Distribuição geográfica: Bahia, Rui Grande do Sul, Sergipe, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo.
ENTRADA:
A tubiba não abre "abas" da entrada como a Mandaguari e a Tubuna.
Circunferencia reduzida, e não fica maior do que uns 3 cm.
Está entrada abaixo é apenas uma marcação com cera aonde as abelhas ficam de guarda.
MANDAGUARI
(S. postica)
Está é a Scaptotrigona mais conhecida popularmente, tem como as outras um forte odor de coco ou queijo gorgonzola (cada um acha uma coisa!). A abelha tem as asas fumadas, seu abdómen tem quase na maioria das vezes 2 listras amarelas ou douradas (podendo haver até 3 listras). A entrada desta espécie é muito diferenciada, sendo que basicamente ela faz um tubo com uma grande abertura no final na borda onde as abelhas ficam (depende da população do enxame o final da entrada é cada vez mais aberto). Está espécie é muito agressiva, se enrola nos pelos dos braços, pernas, axilas, cabelos, e etc. É uma grande produtora de mel e pólen, onde enxames bem fortes e antigos são caracterizados pelo grande acumulo de pólen. Ocupam grandes espaços, preenchendo caixas com medidas de até 30 larg. x 50 compr. x 30 alt.
Distribuição geográfica: Goiás, Rondônia, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo.
ENTRADAS:
O tamanho da entrada pode variar muito, podendo ser comprida até mesmo bem curta.
Em enxames muito populosos o numero de abelhas na entrada e sua borda é bem grande.

Até mesmo os enxames novos ja começam a entrada mais alargada e de forma de trombeta.
Só observando as abelhas na entrada você já sabe que é Tubuna, pela coloração bem negra e reluzente das abelhas.
Agora vem a questão do hibridismo entre as espécies, muitos devem estar se perguntando por que ter varias espécies diferentes de Scaptotrigonas se elas vão ficar híbridas entre si...
Mas na natureza elas são assim, eu já vi locais de mata onde encontrei enxames nativos de Mandaguari e Benjoi perto uns dos outros, e um amigo em MG disse que no sítio dele tem muitas Tubunas e Mandaguaris por perto uns dos outros, e eu recebi dele umas amostras das Tubunas e pude ver que algumas já eram híbridas com as Mandaguaris, tendo o abdómen com 2 listras prateadas, ao invés de 2 pontos.
Eu mesmo possuo aqui em meu meliponário Mandaguari, Tubuna, Tubiba e Mandaguari Amarela, e elas estão totalmente mantendo as caracteristicas originais das espécies, ou seja, basta você colocar os grupos de espécies diferentes um pouco distantes dos outros, cada grupo em um canto do meliponário. Não vai ser certeza de sucesso total mas vai ajudar no momento que a rainha virgem fazer o voo nupcial um macho da mesma espécie que vai estar ali ao lado vai fecundar a mesma.
Espero ter ajudado a todos que ainda tinham duvidas sobre a identificação destas espécies mais comuns, e volto a dizer que todas estas informações são 100% corretas, corrigidas por pesquisas cientificas e grandes mestres da meliponicultura.
Um forte abraço a todos e qualquer duvida é só perguntar!