quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Diferenças entre Scaptotrigonas...

Olá a todos, um assunto muito polêmico e complicado é saber as diferenças das abelhas do gênero Scaptotrigona. Pois este generô é muito comum em todo o Brasil onde as espécies se caracterizam por terem um odor caracteristico, serem muito populosas e grandes produtoras de mel, pólen e própolis.

A maioria das pessoas que tem alguma espécie deste gênero não sabe ao certo qual é o nome cientifico e na grande maioria nem mesmo a espécie exata, pois muitas destas espécies são muito parecidas entre si, sendo que algumas só se diferenciam por pequenas listras, manchas, coloração de asas, tórax, abdómen ou pela entrada.

Tudo que vou mostrar aqui e todas as informações vem de muita pesquisa da minha parte, e com a ajuda do mestre João Pedro Cappas, que corrigio pequenas falhas e me ajudou a elaborar as descrições mais exatas.

Alem de que quase todas as Scaptotrigonas se hibridam entre si, assim dificultando ainda mais a identificação da espécie, pois com isso a espécie hibrida fica com a caracteristica das 2 espécies ou até mesmo formando uma 3 espécie, com entrada diferente, cor totalmente nova e etc, virando assim uma "NOVA" espécie!

Abaixo vou falar o nome popular mais famoso e o cientifico das espécies mais comuns e de difícil reconhecimento. Lembrando que estás espécies tem uma pequena variação dependendo do estado em que são encontradas.
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BENJOI (S. polysticta)

Nesta espécie as colônias não são muito agressivas como nas outras Scaptotrigonas. A abelha tem asas amaronzadas, abdómen opaco de cor meio prateado (podendo ser 4 listras prateadas, dando ao abdómen uma coloração homogênia). A entrada da espécie é quase sempre inclinada para baixo com circunferencia reduzida e o final da entrada onde as abelhas ficam de guarda é cheio de pequenos furos. Seu enxame é populoso e de fácil multiplicação.


ENTRADA:

A circunferencia da entrada é reduzida, e ficam poucas abelhas na sua extremidade.

Sempre fazem a entrada para baixo... Reparem nos furos no final da entrada.




TUBIBA (S. tubiba)



Uma abelha conhecida pela sua grande produção de mel e pelo sabor autentico (mel da Tubiba do amigo Wilson Gussoni ganhou o prêmio de melhor mel do Brasil de 2010). A abelha tem asas amaronzadas, o abdómen é opaco sem nada de listras e pontos, sua entrada caracteristica pode variar de apenas uma marcação de cera ao redor da entrada ou apenas um pequeno tubo de 1 a 3 cm (depende da região onde ela é nativa). Enxames muito populosos, com boa produção de mel (armazenam pouco pólen).

Distribuição geográfica: Bahia, Rui Grande do Sul, Sergipe, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo.


ENTRADA:

A tubiba não abre "abas" da entrada como a Mandaguari e a Tubuna.

Circunferencia reduzida, e não fica maior do que uns 3 cm.

Está entrada abaixo é apenas uma marcação com cera aonde as abelhas ficam de guarda.




MANDAGUARI

(S. postica)


Está é a Scaptotrigona mais conhecida popularmente, tem como as outras um forte odor de coco ou queijo gorgonzola (cada um acha uma coisa!). A abelha tem as asas fumadas, seu abdómen tem quase na maioria das vezes 2 listras amarelas ou douradas (podendo haver até 3 listras). A entrada desta espécie é muito diferenciada, sendo que basicamente ela faz um tubo com uma grande abertura no final na borda onde as abelhas ficam (depende da população do enxame o final da entrada é cada vez mais aberto). Está espécie é muito agressiva, se enrola nos pelos dos braços, pernas, axilas, cabelos, e etc. É uma grande produtora de mel e pólen, onde enxames bem fortes e antigos são caracterizados pelo grande acumulo de pólen. Ocupam grandes espaços, preenchendo caixas com medidas de até 30 larg. x 50 compr. x 30 alt.


Distribuição geográfica: Goiás, Rondônia, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo.

ENTRADAS:

O tamanho da entrada pode variar muito, podendo ser comprida até mesmo bem curta.

Em enxames muito populosos o numero de abelhas na entrada e sua borda é bem grande.







TUBUNA
(S. bipunctata)




Está espécie tem um odor um pouco diferente da Mandaguari e das outras, é mais forte, com um teor diferente. A abelha é bem negra e brilhante, com as asas bem negras ou fumadas, abdómen negro com 2 pontos pratas em seu final (pode variar de 1 listra prata). Sua entrada é como uma corneta, sempre muito aberta no final, e muitas vezes a entrada é inclinada para cima, tendo muitas abelhas em sua extensão. Boa produtora de mel e pólen.

Distribuição geográfica: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina.


ENTRADA:
Abelhas bem negras e reluzentes; muitas abelhas na entrada; e inclinação para cima...

A cor das asas da Tubuna pode variar para fumadas também (como na foto abaixo a esquerda).

Até mesmo os enxames novos ja começam a entrada mais alargada e de forma de trombeta.

Só observando as abelhas na entrada você já sabe que é Tubuna, pela coloração bem negra e reluzente das abelhas.


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Abaixo eu fiz uma foto para ajudar na identificação das espécies, onde eu foquei as asas e o abdómen. Lembrando que muitas vezes devido a hibridação (a espécie tem o genes da outra, mesmo que seja de 2 ou 3 cruza) pode haver pequenas mudanças nestas caracteristicas.

Mas a espécie pura mesmo tem as caracteristicas iguais a estas abaixo.



Agora vem a questão do hibridismo entre as espécies, muitos devem estar se perguntando por que ter varias espécies diferentes de Scaptotrigonas se elas vão ficar híbridas entre si...

Mas na natureza elas são assim, eu já vi locais de mata onde encontrei enxames nativos de Mandaguari e Benjoi perto uns dos outros, e um amigo em MG disse que no sítio dele tem muitas Tubunas e Mandaguaris por perto uns dos outros, e eu recebi dele umas amostras das Tubunas e pude ver que algumas já eram híbridas com as Mandaguaris, tendo o abdómen com 2 listras prateadas, ao invés de 2 pontos.

Eu mesmo possuo aqui em meu meliponário Mandaguari, Tubuna, Tubiba e Mandaguari Amarela, e elas estão totalmente mantendo as caracteristicas originais das espécies, ou seja, basta você colocar os grupos de espécies diferentes um pouco distantes dos outros, cada grupo em um canto do meliponário. Não vai ser certeza de sucesso total mas vai ajudar no momento que a rainha virgem fazer o voo nupcial um macho da mesma espécie que vai estar ali ao lado vai fecundar a mesma.

Espero ter ajudado a todos que ainda tinham duvidas sobre a identificação destas espécies mais comuns, e volto a dizer que todas estas informações são 100% corretas, corrigidas por pesquisas cientificas e grandes mestres da meliponicultura.

Um forte abraço a todos e qualquer duvida é só perguntar!

Como participar do grupo ABENA...


As Abelhas Nativas Sem Ferrão ASF, ou "Abelhas Indígenas", são insetos sociais úteis para a natureza e responsáveis pela polinização de um grande número de vegetais. Por desempenharem a tarefa de fecundação da maioria das plantas, contribuem na proliferação da flora e da fauna.


Hoje o Brasil é líder em pesquisas sobre abelhas sem ferrão, tanto em número de pesquisadores, em projetos de pesquisa e na produção de artigos científicos.


Também somos líderes em número de criadores de abelhas sem ferrão e aficionados.


O grupo ABENA foi criado justamente para unir pesquisadores, criadores e aficionados, facilitando e incentivando o intercâmbio de conhecimentos entre seus membros, de forma a fomentar a união entre a ciência e a prática, colaborando de forma positiva na divulgação da meliponicultura e no incentivo à organização dos meliponicultores.

Hoje o Grupo ABENA, já ultrapassou em muito o milhar de membros e é o maior fórum sobre abelhas sem ferrão, em todo o mundo, funcionando como um repositório do conhecimento melipônico.


O grupo ABENA é um grupo moderado, para que se possa evitar a presença de hackers, a difusão de vírus ou spams, bem como para preservar à harmonia do grupo.


Qualquer pessoa pode ingressar no grupo ABENA, para isso são necessárias duas etapas:


1 - enviar uma mensagem em branco para: Abena-subscribe@yahoogrupos.com.br


2 - enviar outra mensagem com o assunto: FICHA DE INSCRIÇÃO* (veja abaixo), ao Moderador do Grupo, Gesimar: gesimar@terra.com.br


A aprovação da inscrição é condicionada ao envio prévio da ficha, com todos os dados abaixo:
Nome Completo:
E-mail:
E-mail alternativo:
Abelhas nativas que cria (Qtde por espécie):
Cidade/UF:
Endereço Postal com Cep:
Telefone: DDD+
Principal ocupação:


*Dados obrigatórios para ingresso no grupo ABENA


Através do grupo, você poderá permutar discos de cria, adquirir/ofertar colméias (renovando a genética dos seus enxames); baixar Livros, Modelos de Caixas racionais, Utensílios de manejo; Relação de Plantas melíferas, etc. Tb poderá ler e enviar mensagens.


Para acesso aos documentos, fotos, arquivos e mensagens antigas do grupo ABENA, é preciso cadastrar seu e-mail no yahoogrupos.com.br ou no yahoogroups.com, para que você possa acessar o grupo através da Web. Se você não fizer isso, só receberá a novas mensagens, através do seu e-mail e também poderá enviar e-mails para o grupo: Abena@yahoogrupos.com.br.


Estando cadastrado no Yahoo, você também pode optar por não receber e-mails e só efetuar sua leitura através da Web, para isso basta entrar no yahoogrupos.com.br, e após entrar na página do grupo ABENA, escolher o link “Opções de associação”, aí é só seguir as instruções da página.


Infelizmente, os anexos de mensagens não são arquivados, de forma que mesmo acessando as mensagens antigas através da WEB, você só vai ter acesso ao texto das mensagens. O mesmo vai acontecer com as mensagens novas, se você optar por não receber mensagens através de e-mail e só lê-las através da Web.


Os documentos do Abena estão na pasta ARQUIVOS.
Na pasta FOTOS estão as imagens das ASF.
No ícone "LINKS" outras endereços melipônicos.


Convide seus amigos para conhecerem o mundo das Nativas.
Se atualize pesquisando as mensagens já discutidas e participe enviando as suas descobertas ou dúvidas para o fórum.


Se um dia você quiser SAIR do grupo ABENA, a nossa sugestão é que reconsidere e não o faça, ao invés disso, entre na opção de associação e escolha a opção de não receber e-mails.


Se nossa sugestão não for aceita, basta olhar o rodapé das msgs e seguir o link desejado.

Seja Bem Vindo ao Grupo Abena!
Esperamos encontrá-lo em breve, participando ativamente na troca de informações.
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Postagem feita pelos amigos da AME-RIO...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Meus sonhos e idéias da meliponicultura...

Ai ai, as vezes fico triste e solitário e penso comigo mesmo por que tem gente que tem lugares maravilhosos para a criação de abelhas sem ferrão e ao invés disso só pensa em desmatar e fazer pastos para gado, plantação de cana e etc...
Sou um amante das matas, tenho grande sonho de morar no meio da mata, e criar em baixo das árvores e beiras de rios e nascentes minhas amadas abelhas sem ferrão ao som dos passáros nativos, animais selvagens, e somente vivendo do que retiro da terra e da mata!
È amigos, não é loucura, eu seria a pessoa mais feliz do mundo se eu pudesse viver assim, e retirar algum sustento só com o dinheiro dos derivados das ASF como mel, polen, propolis, etc.
Mas eu sei que a vida não é tão fácil assim e que os sonhos só são possíveis com muita luta, e eu espero chegar la um dia, mesmo que bem velho! rsrsrsrsrsrs

Ai ai, como é bom agente fechar os olhos e imaginar uma história em que você tem ao seu redor tudo do jeito que você quer, a vida mais perfeita que você pode imaginar, repleta de felicidade e alegria...
é tão bom sonhar, mas eu sou uma pessoa que luta com unhas e dentes para ter aquilo o que eu realmente quero, e se Deus me permitir vou conquistar meus objetivos com cabeça erguida e pé no chão!

Vamos nos unir pela meliponicultura, exigir mudanças nas leis que impedem nossos sonhos de ficar cada vez mais fortes e mostrar para aqueles que olham nossa causa como "sem importância" como realmente é importante para o meio ambiante e para a vida do ecossistema a criação de abelhas indígenas sem ferrão...

AMOR com RESPEITO, LUTA com OUSADIA...

SONHOS.... com FÉ!!!



Um abraço a todos!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Uma visita de mestres...

Olá amigos, este ultimo final de semana recebi uma visita em meu humilde meliponário muito especial e prazerosa, nada mais nada menos que meu querido amigo Mestre Cappas em pessoa, o mestre Gilberto que cuida do meliponário do nosso mestre maior Paulo Nogueira Neto na fazenda Aretuzina, o amigo Ramon Molina de Barcelona - ESP e o grande e sábio Eurico Novy de MG. É muita honra em uma única visita melipônica!
Eu fiquei muitíssimo feliz em receber tanto conhecimento e experiências vindas de grandes amigos como estes, onde tivemos a oportunidade de conversar-mos muito sobre nossas amadas abelhas sem ferrão e trocar-mos muitas idéias e opiniões.
O mestre Cappas como sempre é muito simples e sábio, vendo minhas abelhas eu pude mostrar para ele meu dedicado trabalho na formação de meu meliponário e é claro... receber muitas dicas e informações extremamente úteis para melhorar meu manejo e ter futuros sucessos na minha criação.
Outra coisa que eu fiquei muito feliz foi poder surpreende-los com o encanto e beleza de duas espécies que eu possuo que são um show a parte, as minhas pequenas lambe-olhos (L. muelleri), que por sua vez tivemos oportunidade de achar duas minúsculas câmaras de aprisionamento de rainha em um único enxame e o raro enxame de Mombucão (Cephalotrigona Capitata), que é uma abelha fantástica e muito difícil de achar na natureza!

Eurico Novy, Ramon Molina, EU e o Mestre Cappas.

Sempre quando falamos com pessoas mais experientes e que sabem muito sobre um assunto aprendemos coisas novas e vemos que para o conhecimento não existe fim, e para mim que sou um dedicado pesquisador e buscador de conhecimentos sobre as abelhas sem ferrão e a meliponicultura é sempre uma honra estar ao lado destes grandes homens!

EU, Mestre Cappas, Ramon Molina e Gilberto.

A emoção foi tanta com a visita que eu até me esqueci de mostrar para eles meus enxames de Mandaguari e Tubuna que estavam numa área mais isolada da casa!! Mas mesmo assim valeu de mais!


Mestre Cappas, Ramon, Eu e Gilberto... eu o amigo Eurico dando uma de fotográfo... rsrsrs

Espero que para eles foi bom poder ter conhecido meu meliponário, humilde mais feito com dedicação e muito amor, e com certeza um dia agente vai voltar a nos encontrar e novamente ter muito a falar sobre ASF.


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Um forte abraço a todos!