quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Diferenças entre Scaptotrigonas...

Olá a todos, um assunto muito polêmico e complicado é saber as diferenças das abelhas do gênero Scaptotrigona. Pois este generô é muito comum em todo o Brasil onde as espécies se caracterizam por terem um odor caracteristico, serem muito populosas e grandes produtoras de mel, pólen e própolis.

A maioria das pessoas que tem alguma espécie deste gênero não sabe ao certo qual é o nome cientifico e na grande maioria nem mesmo a espécie exata, pois muitas destas espécies são muito parecidas entre si, sendo que algumas só se diferenciam por pequenas listras, manchas, coloração de asas, tórax, abdómen ou pela entrada.

Tudo que vou mostrar aqui e todas as informações vem de muita pesquisa da minha parte, e com a ajuda do mestre João Pedro Cappas, que corrigio pequenas falhas e me ajudou a elaborar as descrições mais exatas.

Alem de que quase todas as Scaptotrigonas se hibridam entre si, assim dificultando ainda mais a identificação da espécie, pois com isso a espécie hibrida fica com a caracteristica das 2 espécies ou até mesmo formando uma 3 espécie, com entrada diferente, cor totalmente nova e etc, virando assim uma "NOVA" espécie!

Abaixo vou falar o nome popular mais famoso e o cientifico das espécies mais comuns e de difícil reconhecimento. Lembrando que estás espécies tem uma pequena variação dependendo do estado em que são encontradas.
.
.
.
BENJOI (S. polysticta)

Nesta espécie as colônias não são muito agressivas como nas outras Scaptotrigonas. A abelha tem asas amaronzadas, abdómen opaco de cor meio prateado (podendo ser 4 listras prateadas, dando ao abdómen uma coloração homogênia). A entrada da espécie é quase sempre inclinada para baixo com circunferencia reduzida e o final da entrada onde as abelhas ficam de guarda é cheio de pequenos furos. Seu enxame é populoso e de fácil multiplicação.


ENTRADA:

A circunferencia da entrada é reduzida, e ficam poucas abelhas na sua extremidade.

Sempre fazem a entrada para baixo... Reparem nos furos no final da entrada.




TUBIBA (S. tubiba)



Uma abelha conhecida pela sua grande produção de mel e pelo sabor autentico (mel da Tubiba do amigo Wilson Gussoni ganhou o prêmio de melhor mel do Brasil de 2010). A abelha tem asas amaronzadas, o abdómen é opaco sem nada de listras e pontos, sua entrada caracteristica pode variar de apenas uma marcação de cera ao redor da entrada ou apenas um pequeno tubo de 1 a 3 cm (depende da região onde ela é nativa). Enxames muito populosos, com boa produção de mel (armazenam pouco pólen).

Distribuição geográfica: Bahia, Rui Grande do Sul, Sergipe, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo.


ENTRADA:

A tubiba não abre "abas" da entrada como a Mandaguari e a Tubuna.

Circunferencia reduzida, e não fica maior do que uns 3 cm.

Está entrada abaixo é apenas uma marcação com cera aonde as abelhas ficam de guarda.




MANDAGUARI

(S. postica)


Está é a Scaptotrigona mais conhecida popularmente, tem como as outras um forte odor de coco ou queijo gorgonzola (cada um acha uma coisa!). A abelha tem as asas fumadas, seu abdómen tem quase na maioria das vezes 2 listras amarelas ou douradas (podendo haver até 3 listras). A entrada desta espécie é muito diferenciada, sendo que basicamente ela faz um tubo com uma grande abertura no final na borda onde as abelhas ficam (depende da população do enxame o final da entrada é cada vez mais aberto). Está espécie é muito agressiva, se enrola nos pelos dos braços, pernas, axilas, cabelos, e etc. É uma grande produtora de mel e pólen, onde enxames bem fortes e antigos são caracterizados pelo grande acumulo de pólen. Ocupam grandes espaços, preenchendo caixas com medidas de até 30 larg. x 50 compr. x 30 alt.


Distribuição geográfica: Goiás, Rondônia, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo.

ENTRADAS:

O tamanho da entrada pode variar muito, podendo ser comprida até mesmo bem curta.

Em enxames muito populosos o numero de abelhas na entrada e sua borda é bem grande.







TUBUNA
(S. bipunctata)




Está espécie tem um odor um pouco diferente da Mandaguari e das outras, é mais forte, com um teor diferente. A abelha é bem negra e brilhante, com as asas bem negras ou fumadas, abdómen negro com 2 pontos pratas em seu final (pode variar de 1 listra prata). Sua entrada é como uma corneta, sempre muito aberta no final, e muitas vezes a entrada é inclinada para cima, tendo muitas abelhas em sua extensão. Boa produtora de mel e pólen.

Distribuição geográfica: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina.


ENTRADA:
Abelhas bem negras e reluzentes; muitas abelhas na entrada; e inclinação para cima...

A cor das asas da Tubuna pode variar para fumadas também (como na foto abaixo a esquerda).

Até mesmo os enxames novos ja começam a entrada mais alargada e de forma de trombeta.

Só observando as abelhas na entrada você já sabe que é Tubuna, pela coloração bem negra e reluzente das abelhas.


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Abaixo eu fiz uma foto para ajudar na identificação das espécies, onde eu foquei as asas e o abdómen. Lembrando que muitas vezes devido a hibridação (a espécie tem o genes da outra, mesmo que seja de 2 ou 3 cruza) pode haver pequenas mudanças nestas caracteristicas.

Mas a espécie pura mesmo tem as caracteristicas iguais a estas abaixo.



Agora vem a questão do hibridismo entre as espécies, muitos devem estar se perguntando por que ter varias espécies diferentes de Scaptotrigonas se elas vão ficar híbridas entre si...

Mas na natureza elas são assim, eu já vi locais de mata onde encontrei enxames nativos de Mandaguari e Benjoi perto uns dos outros, e um amigo em MG disse que no sítio dele tem muitas Tubunas e Mandaguaris por perto uns dos outros, e eu recebi dele umas amostras das Tubunas e pude ver que algumas já eram híbridas com as Mandaguaris, tendo o abdómen com 2 listras prateadas, ao invés de 2 pontos.

Eu mesmo possuo aqui em meu meliponário Mandaguari, Tubuna, Tubiba e Mandaguari Amarela, e elas estão totalmente mantendo as caracteristicas originais das espécies, ou seja, basta você colocar os grupos de espécies diferentes um pouco distantes dos outros, cada grupo em um canto do meliponário. Não vai ser certeza de sucesso total mas vai ajudar no momento que a rainha virgem fazer o voo nupcial um macho da mesma espécie que vai estar ali ao lado vai fecundar a mesma.

Espero ter ajudado a todos que ainda tinham duvidas sobre a identificação destas espécies mais comuns, e volto a dizer que todas estas informações são 100% corretas, corrigidas por pesquisas cientificas e grandes mestres da meliponicultura.

Um forte abraço a todos e qualquer duvida é só perguntar!

Como participar do grupo ABENA...


As Abelhas Nativas Sem Ferrão ASF, ou "Abelhas Indígenas", são insetos sociais úteis para a natureza e responsáveis pela polinização de um grande número de vegetais. Por desempenharem a tarefa de fecundação da maioria das plantas, contribuem na proliferação da flora e da fauna.


Hoje o Brasil é líder em pesquisas sobre abelhas sem ferrão, tanto em número de pesquisadores, em projetos de pesquisa e na produção de artigos científicos.


Também somos líderes em número de criadores de abelhas sem ferrão e aficionados.


O grupo ABENA foi criado justamente para unir pesquisadores, criadores e aficionados, facilitando e incentivando o intercâmbio de conhecimentos entre seus membros, de forma a fomentar a união entre a ciência e a prática, colaborando de forma positiva na divulgação da meliponicultura e no incentivo à organização dos meliponicultores.

Hoje o Grupo ABENA, já ultrapassou em muito o milhar de membros e é o maior fórum sobre abelhas sem ferrão, em todo o mundo, funcionando como um repositório do conhecimento melipônico.


O grupo ABENA é um grupo moderado, para que se possa evitar a presença de hackers, a difusão de vírus ou spams, bem como para preservar à harmonia do grupo.


Qualquer pessoa pode ingressar no grupo ABENA, para isso são necessárias duas etapas:


1 - enviar uma mensagem em branco para: Abena-subscribe@yahoogrupos.com.br


2 - enviar outra mensagem com o assunto: FICHA DE INSCRIÇÃO* (veja abaixo), ao Moderador do Grupo, Gesimar: gesimar@terra.com.br


A aprovação da inscrição é condicionada ao envio prévio da ficha, com todos os dados abaixo:
Nome Completo:
E-mail:
E-mail alternativo:
Abelhas nativas que cria (Qtde por espécie):
Cidade/UF:
Endereço Postal com Cep:
Telefone: DDD+
Principal ocupação:


*Dados obrigatórios para ingresso no grupo ABENA


Através do grupo, você poderá permutar discos de cria, adquirir/ofertar colméias (renovando a genética dos seus enxames); baixar Livros, Modelos de Caixas racionais, Utensílios de manejo; Relação de Plantas melíferas, etc. Tb poderá ler e enviar mensagens.


Para acesso aos documentos, fotos, arquivos e mensagens antigas do grupo ABENA, é preciso cadastrar seu e-mail no yahoogrupos.com.br ou no yahoogroups.com, para que você possa acessar o grupo através da Web. Se você não fizer isso, só receberá a novas mensagens, através do seu e-mail e também poderá enviar e-mails para o grupo: Abena@yahoogrupos.com.br.


Estando cadastrado no Yahoo, você também pode optar por não receber e-mails e só efetuar sua leitura através da Web, para isso basta entrar no yahoogrupos.com.br, e após entrar na página do grupo ABENA, escolher o link “Opções de associação”, aí é só seguir as instruções da página.


Infelizmente, os anexos de mensagens não são arquivados, de forma que mesmo acessando as mensagens antigas através da WEB, você só vai ter acesso ao texto das mensagens. O mesmo vai acontecer com as mensagens novas, se você optar por não receber mensagens através de e-mail e só lê-las através da Web.


Os documentos do Abena estão na pasta ARQUIVOS.
Na pasta FOTOS estão as imagens das ASF.
No ícone "LINKS" outras endereços melipônicos.


Convide seus amigos para conhecerem o mundo das Nativas.
Se atualize pesquisando as mensagens já discutidas e participe enviando as suas descobertas ou dúvidas para o fórum.


Se um dia você quiser SAIR do grupo ABENA, a nossa sugestão é que reconsidere e não o faça, ao invés disso, entre na opção de associação e escolha a opção de não receber e-mails.


Se nossa sugestão não for aceita, basta olhar o rodapé das msgs e seguir o link desejado.

Seja Bem Vindo ao Grupo Abena!
Esperamos encontrá-lo em breve, participando ativamente na troca de informações.
.
.
Postagem feita pelos amigos da AME-RIO...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Meus sonhos e idéias da meliponicultura...

Ai ai, as vezes fico triste e solitário e penso comigo mesmo por que tem gente que tem lugares maravilhosos para a criação de abelhas sem ferrão e ao invés disso só pensa em desmatar e fazer pastos para gado, plantação de cana e etc...
Sou um amante das matas, tenho grande sonho de morar no meio da mata, e criar em baixo das árvores e beiras de rios e nascentes minhas amadas abelhas sem ferrão ao som dos passáros nativos, animais selvagens, e somente vivendo do que retiro da terra e da mata!
È amigos, não é loucura, eu seria a pessoa mais feliz do mundo se eu pudesse viver assim, e retirar algum sustento só com o dinheiro dos derivados das ASF como mel, polen, propolis, etc.
Mas eu sei que a vida não é tão fácil assim e que os sonhos só são possíveis com muita luta, e eu espero chegar la um dia, mesmo que bem velho! rsrsrsrsrsrs

Ai ai, como é bom agente fechar os olhos e imaginar uma história em que você tem ao seu redor tudo do jeito que você quer, a vida mais perfeita que você pode imaginar, repleta de felicidade e alegria...
é tão bom sonhar, mas eu sou uma pessoa que luta com unhas e dentes para ter aquilo o que eu realmente quero, e se Deus me permitir vou conquistar meus objetivos com cabeça erguida e pé no chão!

Vamos nos unir pela meliponicultura, exigir mudanças nas leis que impedem nossos sonhos de ficar cada vez mais fortes e mostrar para aqueles que olham nossa causa como "sem importância" como realmente é importante para o meio ambiante e para a vida do ecossistema a criação de abelhas indígenas sem ferrão...

AMOR com RESPEITO, LUTA com OUSADIA...

SONHOS.... com FÉ!!!



Um abraço a todos!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Uma visita de mestres...

Olá amigos, este ultimo final de semana recebi uma visita em meu humilde meliponário muito especial e prazerosa, nada mais nada menos que meu querido amigo Mestre Cappas em pessoa, o mestre Gilberto que cuida do meliponário do nosso mestre maior Paulo Nogueira Neto na fazenda Aretuzina, o amigo Ramon Molina de Barcelona - ESP e o grande e sábio Eurico Novy de MG. É muita honra em uma única visita melipônica!
Eu fiquei muitíssimo feliz em receber tanto conhecimento e experiências vindas de grandes amigos como estes, onde tivemos a oportunidade de conversar-mos muito sobre nossas amadas abelhas sem ferrão e trocar-mos muitas idéias e opiniões.
O mestre Cappas como sempre é muito simples e sábio, vendo minhas abelhas eu pude mostrar para ele meu dedicado trabalho na formação de meu meliponário e é claro... receber muitas dicas e informações extremamente úteis para melhorar meu manejo e ter futuros sucessos na minha criação.
Outra coisa que eu fiquei muito feliz foi poder surpreende-los com o encanto e beleza de duas espécies que eu possuo que são um show a parte, as minhas pequenas lambe-olhos (L. muelleri), que por sua vez tivemos oportunidade de achar duas minúsculas câmaras de aprisionamento de rainha em um único enxame e o raro enxame de Mombucão (Cephalotrigona Capitata), que é uma abelha fantástica e muito difícil de achar na natureza!

Eurico Novy, Ramon Molina, EU e o Mestre Cappas.

Sempre quando falamos com pessoas mais experientes e que sabem muito sobre um assunto aprendemos coisas novas e vemos que para o conhecimento não existe fim, e para mim que sou um dedicado pesquisador e buscador de conhecimentos sobre as abelhas sem ferrão e a meliponicultura é sempre uma honra estar ao lado destes grandes homens!

EU, Mestre Cappas, Ramon Molina e Gilberto.

A emoção foi tanta com a visita que eu até me esqueci de mostrar para eles meus enxames de Mandaguari e Tubuna que estavam numa área mais isolada da casa!! Mas mesmo assim valeu de mais!


Mestre Cappas, Ramon, Eu e Gilberto... eu o amigo Eurico dando uma de fotográfo... rsrsrs

Espero que para eles foi bom poder ter conhecido meu meliponário, humilde mais feito com dedicação e muito amor, e com certeza um dia agente vai voltar a nos encontrar e novamente ter muito a falar sobre ASF.


...

Um forte abraço a todos!




sábado, 27 de novembro de 2010

Quanto realmente custa um enxame de ASF???

Olá amigos meliponicultores e amantes das ASF...
Um assunto muito discutido, questionado e por muitas vezes discriminado por muitos é o valor e quanto realmente vale um enxame de abelha sem ferrão.
Quero impor meu ponto de vista sobre este assunto, e colocar mais ou menos na ponta do lápis o quanto você gasta em média para fazer um enxame e quanto tempo leva até o ponto ideal para a venda.

Primeiramente para mim e para muitos que REALMENTE amam as ASF não tem preço que pague um enxame que você faz com tanto carinho e dedicação, e no meu caso se eu pudesse eu nunca venderia nenhum dos meu amados enxames!!!
Bem mas isto é outra história, vamos para o assunto custo de materias para fazer um enxame:
Vou botar no lápis valores mínimos e máximos com materias para a formação de um novo enxame de melipona ou trigona de grande população.

-Caixa de madeira: Comprando uma caixa já pronto varia muito do tipo da madeira, você acha por ai caixas de vários modelos prontas (sem acabamento externo) no valor de R$ 30, 40, 50 e até R$ 60! Variando do tamanho da espécie;
Média: R$ 45

-Cera para ajudar na formação do enxame: O valor de cera de apis não alveolada está na faixa de R$ 20 a 30 o KG, sendo que eu chego a usar 2 folhas inteiras num enxame com 3 meses.
Média: R$ 5 usando 2 folhas no enxame.

-Alimentação artificial: Muitos meliponicultores só utilizam a alimentação artificial para fazer com que seus enxames cresçam de forma mais rápida. No meu caso é pela grande quantidade de enxames na mesma área e falta de mata e néctar no redor do meliponário. No xarope se usa em sua maioria açúcar cristal que está muito caro no mercado, chega a ser de R$ 7 a 10 o saco com 5 Kg; e o complemento vitamínico Aminomix chega a ser de R$ 30 a 80 potes de 500g a 2,5 Kg.
E um enxame que é feito e alimentado artificialmente até seus 6 meses de idade tranquilamente consome em média de 500 ml a 1 L de xarope ao mês, portanto em 6 meses = 5 L
Assim o valor do Litro do xarope com base na utilização de um xarope feito com 5 Kg de açúcar (R$ 8,50) + agua + 2 limão (R$ 0,50) + Aminomix (R$ 0,50) + sal... seria em média: R$ 2 o Litro!
Portanto um enxame com 6 meses de idade consome em média o valor de R$ 10 de alimentação!

-Despezas extras: Já que é para por na ponta do lápis vamos la, no meliponário utilizamos constantemente: fita crepe (R$ 2 o rolo), vinagre para forídeos (R$ 2,50 o L), plástico para o enxame (R$ 5 o Metro), alimentação proteica de soja (R$ 10 o Kg) e etc...
Fora o seu trabalho com a inspeção, manutenção, manejo, vamos por ai uns R$ 50 do seu tempo e dedicação! rsrsrsrsrrsrsr brincadeira gente, o amor pelas ASF não tem preço, mas que da trabalho da! Só quem sabe para me da razão.

Resumindo amigos, em média, só de materias para formar um novo enxame (varia um pouco de espécie) você gasta tranquilamente uma média de R$ 50 a 60 para este enxame ficar ao ponto mínimo de venda!

Agora temos que levar em consideração fatores como raridade da espécie, dificuldade de manejo e multiplicação, qualidade do enxame (se está novo, médio, forte, matriz), caixa em que o enxame se encontra e etc.
Vou fazer uma lista de valores "médios" comercias das espécies mais conhecidas e criadas de ASF, levando em consideração se o enxame é médio ou forte.




Meliponas


  • Mandaçaia (QA e QQ) - enxame médio varia de R$ 100 a 150/ enxame forte R$ 170 a 220.


  • Jandaíra (M. Subnitida) - enxame médio varia de R$ 100 a 150/ enxame forte R$ 200.


  • Uruçu Verdadeira (M. Scutellaris) - enxame novo R$ 200/ enxame médio R$ 200 a 270/ enxame forte R$ 270 a 350.


  • Uruçu Amarela (M. Rufiventris/ Mondory/ Flavolineata) - enxame novo R$ 200 a 250/ enxame médio R$ 250 a 300/ enxame forte R$ 350 a 400.


  • Uruçu Boca-de-renda (M. Seminigra) - enxame médio varia de R$ 300 a 350/ enxame forte 400.


  • Uruçu Cinzenta (M. Fasciculata) - enxame médio varia de R$ 300 a 350/ enxame forte R$ 350 a 400.


  • Guaraipo negra (M. Bicolor Shenki) - enxame médio R$ 200 a 250/ enxame forte R$ 250 a 300.


  • Guaripu (M. Bicolor Bicolor) - enxame médio R$ 200 a 250/ enxame forte R$ 300 a 350.


  • Manduri (M. Marginata) - enxame médio R$ 150 a 200/ enxame forte R$ 200 a 250.


  • Rajadinha (M. Asilvae) - enxame médio R$ 150 a 200/ enxame forte R$ 200 a 250.


  • Uruçu Capixaba (M. Capixaba) - enxame varia de 400 a 500.


  • Manduri do Matogrosso (M. Favosa) - enxame médio R$ 250 a 350/ enxame forte R$ 350 a 400.

Trigonas:


  • Mandaguari/ Tubuna/ Tubiba (S. Postica/ Bipunctata/ Depilis) - enxame médio R$ 150 a 200/ enxame forte R$ 200 a 300.


  • Mandaguari Amarela (S. Xanthotricha) - enxame médio R$ 200 a 250/ enxame forte R$ 250 a 350.


  • Marmelada ou Moça Branca (F. Varia) - enxame médio R$ 100 a 150/ enxame forte R$ 150 a 200.


  • Iraí (N. Testacercornis) - enxame varia de R$ 50 a 120.


  • Jataí (T. Angustula) - enxame varia de R$ 50 a 120.


  • Mirim Preguiça (F. Schrottkyi ) - enxame varia de R$ 50 a 100.


  • Mirim Droriana (P. Droryana) - enxame varia de R$ 30 a 100.


  • Mirim Guaçu (P. Remota) - enxame médio R$ 80 a 120/ enxame forte R$ 120 a 200.


  • Moça preta (F. Silvestri) - enxame varia de R$ 100 a 200.


  • Borá (T. Clavipes) - enxame médio R$ 150 a 250/ enxame forte R$ 300 a 400.


  • Boca-de-sapo (P. Helleri) - enxame varia de R$ 100 a 200.

Esta tabela de valores de enxames varia em muitas regiões do Brasil, podendo se obter valores menores ou superiores as médias que foi citado, tudo depende também do meliponicultor.

Um exemplo de toda está explicação pode ser assim: Um enxame de Mandaçaia que é vendido á R$ 100 com idade de 5 meses, neste valor em média é gasto R$ 50 só para formar o enxame, sendo que sem colocar a dedicação e o trabalho do meliponicultor o enxame vai estar saindo por R$ 50, ou seja o lucro será minímo! Para que todo o trabalho deste meliponicultor seja recompensado o valor deste enxame teria que ser no mínimo R$ 150!

Caramba, e tem gente que reclama de pagar um preço razoável por um enxame forte, e ainda quer pelo preço mínimo um enxame forte que tomou vários anos de trabalho de seu dono!

Assim como eu, muitos só vendem enxames de suas amadas ASF para poder cobrir gastos e para novos investimentos em seu meliponário, mas há aqueles que só querem enxames pensando comercialmente, visando lucros comprando um enxame feito com muita dedicação por algum criador e sem qualquer cuidado o vendendo para outro por um valor bem maior!

Isso me deixa muito triste e com raiva, mas infelizmente o mundo é assim e você sabe quem realmente gosta do que faz, e com certeza só aqueles que realmente amam e veneram a natureza e as abelhas sem ferrão vão se destacar na meliponicultura!

Quem tiver alguma correção a fazer, ou duvida de algum assunto é só me falar!


Um forte abraço a todos....



terça-feira, 16 de novembro de 2010

Técnicas com rainhas de outras espécies

Uma técnica da meliponicultura que requer uma certa experiência e um tanto de "coragem", é a obtenção de enxames através de uma rainha de uma espécie introduzida a um enxame órfã de uma outra espécie. Ou a obtenção do mesmo, através de discos de uma espécie e campeiras de outra.
Ao longo destes muito anos que venho me aprofundando na meliponicultura através de conversas e dicas de vários amigos, pesquisas em livros, trabalhos sobre a vida das ASF, documentários, relatos e etc, eu posso hoje relatar aos amigos minhas "experiências" bem sucedidas sobre este assunto muito interessante.
Muitas destas experiências com rainhas e discos de uma espécie introduzida a outra foi feita por mim e um grande amigo daqui de minha cidade, e algumas delas eu tomei coragem de fazer graças a relatos de sucesso de amigos da internet como o amigo Sigfrid Fromming de SC.

Vamos começar com o sucesso da introdução de rainhas fisiogastricas em enxames órfãos de outras espécies:

  • Sempre obtenho sucesso em introduzir rainhas de Scaptotrigonas de uma espécie em outra espécie também de Scaptotrigona. Exemplo: Rainha de Tubuna (S. Bipunctata) em enxame órfão de Mandaguari (S. Postica)./ Rainha de Tubiba (S. Depilis) em enxame órfão de Mandaguari (S. Postica)./ Rainha de Mandaguari Amarela (S. Xanthotricha) em enxame órfão de Mandaguari (S. Postica)./ E suponho que da certo com quase todas as espécies de Scaptotrigonas. OBS: O sucesso da introdução das rainhas tem de ser feito de forma correta, não apenas pegar a rainha e botar no meio do outro enxame. Tem vários fatores que influenciam a aceitação da rainha pela elite da colônia.
  • Obtive sucesso na introdução de rainha de Uruçu Amarela (M. Mondory) em enxame órfão e bem fraco de Uruçu Verdadeira (M. Scutellaris). OBS: A aceitação já é mais complicada, o enxame órfão de Scutellaris deve ser uma alça de caixa INPA com na sua maioria discos novos e algumas nutrizes e abelhas bem novas, não se deve colocar campeiras de nenhuma das duas espécies, e deve ter cuidado para não ficar a rainha da Scutellaris no meio dos discos novos (primeiro retire-a antes de colocar a rainha da amarela).
  • Tive sucesso em introduzir rainha de Mandaçaia em enxame órfão de Uruçu Verdadeiro. Mas não deixei a rainha la muito tempo, pois não vale a pena perder um enxame de Scutellaris para ganhar uma Mandaçaia! rsrsrsrrsrs
  • Tive sucesso em introduzir rainha de Mirim Droryana (P. Droriana) em colônia órfão de Irai (N. Testacercornis).
  • E a ultima e talvez mais impressionante aceitação foi uma rainha de Uruçu Boca-de-renda (M. Seminigra) em um enxame órfão e novo de Uruçu Verdadeira (M. Scutellaris). OBS: Já faz quase 2 semanas e a rainha de boca de renda adotada pelas Scutellaris já está fazendo postura. O enxame da Uruçu Verdadeira era bem novo, mais já havia uma rainha em plena postura, assim retiramos a rainha e introduzimos a rainha de boca de renda dentro de um pote vazio de alimento, onde fechamos o pote de forma que fique varias aberturas para o feromônio da nova rainha acostumar as abelhas da Uruçu Verdadeira. OBS2: Está experiência só foi realizada graças ao enxame da Uruçu Boca de renda que estava condenado por ataque de forídeos, e no meio dos ataques foi introduzido discos de Uruçu verdadeira para fortalecer o enxame, podendo ser o "truque" da melhor aceitação da rainha da boca de renda no enxame de Scutellaris, graças ao odor que a rainha já tinha das campeiras de Scutelalris que ajudavam o seu antigo enxame.

Agora aqui vai os sucessos em introduzir discos de cria de uma espécie com campeiras de outra.

  • Disco de Guaraipo Negra (M. Bicolor Shenki) com campeiras de Mandaçaia (QA).
  • Discos de Mirim Droriana (P. Droryana) com campeiras de Irai (N. Testacercornis).
  • Discos de Uruçu Amarela (M. Mondory) com campeiras de Uruçu Verdadeira (M. Scutellaris).
  • Discos de Boca de Renda (M. Seminigra) com campeiras de Uruçu Verdadeira (M. Scutellaris). OBS: Está experiencia bem sucedida foi realizada pelo amigo Sigfrid Fromming.

Além de todas estás experiências citadas a cima, eu ainda pretendo fazer outras, mas tem espécies que eu possuo 1 ou 2 exemplares e fica arriscado eu perder o enxame!

Amigos, estás dicas e experiências não são bem simples como parece, muitas delas requer muita pratica e cuidado, alem de ser ariscado você perder a rainha ou os enxames que ficarem orfãos! Portanto só retire rainhas de enxame fortes ou no caso de certeza de perda do enxame.

Espero que todos tenham gostado e qualquer duvida ou algo que esclareci mal me perguntem por email que será um prazer responder e receber critícas.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Revoadas de Meliponas

Que coisa linda, pra quem ja vio sabe o quanto é lindo e interessante, e pra quem nunca teve o prazer de ver alguma revoada de Uruçu Amarela, Uruçu Verdadeira ou até Mandaçaia, ai vai algumas fotos lindas de se ver.
-
Revoada de Uruçu Amarela (M. Flavolineata)
Revoada de Uruçu Verdadeiro (M. Scutellaris)


Eu no meio da revoada. Detalhe que parece que estou debaixo de um ventilador!





Coisa linda de se ver amigos, espero que vocês tenham gostado das fotos!

Um abraço a todos.






terça-feira, 5 de outubro de 2010

Seminário de Meliponicultura de Franca - SP

Este importante evento contou com a presença de grandes e futuros mestres da meliponicultura da atualidade, como o meu querido amigo biólogo e pesquisador da Embrapa Amazónia Giorgio Venturieri, o Dr Cristiano Menezes da USP (que sabe tudo sobre ASF), a Profa. Dra. Marilda Cortopassi Laurino da USP, o pesquisador da Embrapa e consultor técnico da câmara setorial do mel e produtos apícolas Ricardo Costa e com a brilhante presença do nada mais nada menos Prof. Paulo Nogueira Neto em pessoa!
O Seminário trouxe muito conhecimento para todos os novos e experientes meliponicultores de vários estados do Brasil, onde tivemos aulas teóricas e práticas.
Com direito a camiseta e certificado todos levamos para casa muito mais do que conhecimento, mas sim novas amizades e grandes trocas de experiências!
Mas uma vez eu tive o prazer de conversar com meu grande mestre o Prof. Paulo N. Neto e de aprender muitas novas informações com o amigo Giorgio Venturieri, que alem de ser um ícone do presente da meliponicultura é uma pessoa humilde, muito simpático e que sempre está disposto a ajudar.
Alem dos momentos de palestras e aulas práticas tivemos oportunidade de curtir as coisas boas da bela cidade de Franca, que é a capital do sapato de SP, onde eu e meus grandes amigos e companheiros de viagens o Sr. Hermelindo Sandri (que tem apenas 50 anos de experiência com meliponicultura), os grandes amigos Wanderley Fardin e Ricardo Cosellato, nossos companheiros de hotel do Paraná Robson, Clenilson e Alexandre tivemos a oportunidade de degustar grandes refeições pela cidade! (nem todas foram grandes mais ta valendo rsrsrsrsrsr)
.
Meu amigo Hermelindo trocando experiências com o prof. Paulo Nogueira; e que beleza gente, nesta foto o que não falta é sabedoria de 2 grandes homens!

o Dr. Cristiano Menezes dando uma aula de como retirar mel de ASF... ai está um futuro mestre da meliponicultura, o Cristiano é uma excelente pessoa e que eu gostei muito de conhecer pessoalmente;



Que grande foto pra mim, eu ao lado do Giorgio Venturieri. Que me incentivou muito a parar minha atual faculdade (Eng. Produção) e fazer biologia para eu poder trabalhar com ASF... E quem sabe ir la pra Belem do Pará fazer uns estágios com ele em pessoa eim Gior
gio?? rsrsrsrsrs


Da esquerda p/ direita: em pé o amigo Clenilson, Robson, Alexandre (todos do Paraná), o São Paulino viado, ops, quer dizer macho ¬¬ é o amigo Ricardo Casellato, sentado morrendo de rir sou Eu, ao meu lado os companheiros Hermelindo Sandri e Wanderley Fardin. Todos nós estávamos degustando as iguarias ao redor do hotel (churrasquinho de gato, lanchinho de beira de avenida, cerveja, refrigerante e muito papo sobre abelhas! hahahahahahahhAHAhahahahah)

A meliponicultura está crescendo cada vez mais no Brasil, e um assunto de tal importância ambiental e cultural deve ser cada vez mais falado e difundido por todos!

Amigos meliponicultores e apreciadores do assunto do Brasil, vamos lutar pela causa e exigir regulamentação decente dos órgãos responsáveis pelo Brasil... Onde aqui é permitido criar e vender carnes e produtos de animais como paca, jacaré, capivara, avestruz etc, e as abelhas nativas que são muito mais importante para o ecosistema e que estão em grande perigo de extinção não podem ser criadas e comercializadas decentemente! É de se ficar irritado com a situação, mas nunca devemos desanimar!

Um forte abraço a todos os amigos, em especial aos realizadores e palestrantes do seminário de Franca...




terça-feira, 28 de setembro de 2010

A abelha Boca-de-sapo (Partamona Helleri)

Uma abelha muito rústica e criticada por muitos, onde pessoas as confundem com as Arapuãs, e muitas vezes elas são eliminadas por falta de conhecimento!

É conhecida popularmente como Boca de sapo pela sua entrada caracteristica formando a forma de uma boca grande de sapo, feita de barro com própolis.

Muito do contrário do que muitos meliponicultores e colegas do meio pensam, a boca de sapo é uma abelha tão boa quanto outras mais criados e populares, e ainda ela leva uma vantagem estráordinaria com relação as outras espécies de abelhas sem ferrão, onde fazem seus ninhos em muitos lugares diferentes e com facilidade se multiplicam!

Seu mel é muito saboroso e limpo, e elas são grandes coletadoras de pólen, visitando muitas espécies de plantas e árvores do meio urbano.

Um fator que deixa muitos com duvida em relação a sua higiene e conduta é por causa da falta de chuvas (falta o barro), ela assim acaba pegando excrementos de animais para usar na parte externa de seu ninho, mas isso não julga nada, pois a maioria da nossa tão popular e criada racionalmente Mandaçaia também coleta fezes para marcar território na área externa de seu enxame!

Particularmente para mim ela é uma das abelhas que tem a entrada mais linda de todas as ASF, e seus ninhos coletados de forma certa é uma bela forma de enfeitar o meliponário, como nas fotos abaixo...









Outra bonita forma de salvar a abelha, e que não tem jeito de tirar seu ninho sem quebrar suas estruturas é retirar o enxame e colocar em uma caixa racional, onde ela vai fazer sua entrada também de forma escultural.

Início da construção da entrada...

Partes finais...


Portando se você achar alguém que queira matar está artista do meio das abelhas diga a está pessoa o quanto ela é importante para a flora local!




Onde se tem um enxame, por perto deve ter vários com o passar dos anos!

Um grande abraço a todos...